Privilegios

Olá

Já passou uma semana desde que cheguei a angola. Ou seja um terço do tempo total já passou! Ao fim de uma semana considero que estou a aprender muito com esta experiencia não só ao nivel profissional mas tambem ao nivel pessoal.

Do ponto de vista profissional, está a ser uma experiencia unica, lidar com pessoas de uma cultura diferente, com poucos conhecimentos, fraco acesso aos recursos informáticos e de aprendizagem de informática, e em alguns casos sem saber ler inglês (manuais estão em inglês) e ao mesmo tempo, com muita ansia de aprender.

Do ponto de vista pessoal, existem sempre as barreiras psicologicas e as saudades (enormes) que afectam o estado de espirito, que com os telefonemas se vão superando e ajundam a ultrapassar os dias. Mas saliento o conhecimento que ganhei de uma outra cultura, diferente da que estou habituado no dia a dia e que tem sido uma mais valia. Recordo um dos meus alunos (Januário), que alem de ter mostrado em sala de formação uma disponibilidade e um interesse pela materia bastante elevado. Mas tambem fora de sala de formação, onde trocamos algumas ideias interessantes sobre a cultura deste país. E que me surpreendeu quando no final da formação me pediu para lhe escrever uma dedicatória e assinar o manual da formação. Com esta acção, alem surpreso, fiquei emocionado, pois mostra o reconhecimento pelo meu trabalho e pela minha dedicação a uma actividade que adoro, dar formação.


Acho que me posso sentir priveligiado pois desde que estou em angola, já tive contacto com situações que a maioria dos visitantes estrangeiros não tem. Nomeadamente, logo no primeiro dia em Angola que andei a pé pelas ruas de Luanda, onde vi de perto a realidade desta injusta cidade. Ou mesmo a experiência que tive hoje, em que a empresa foi mostrar aos meus formandos (e eu fui tambem) a barragem do Biopio, já para o interior de angola, no meio de montes e vales e passando por algumas aldeias onde parece que a civilização ainda nem sequer tocou. Amanhã terei a experiência de voltar a Luanda, mas de automovel, de boleia com alguns dos meus formandos. Considero estas experiências um verdadeiro privilegio. Acho que se andasse sempre protegido e fechado, não teria a mesma piada.

Bem ... já volto ao mundo!